My hands are stained with blood / Yours lay as far as they could / I sit alone with this disease.
Ao Bar Afrodite chega todo o tipo de pessoas: desde miúdos irrequietos de liceu, até aos cinquentões de laço, passando pelos filhos de um qualquer credor.
Carlos chega atrasado, suado, e senta-se de qualquer jeito. Mal me olha nos olhos.
Disseram-me para comprar maçãs. Urge mudar de vida, dizem, e a melhor forma de o fazer é começar pelos pequenos passos do dia a dia.
Esta rapariga almoça sozinha, mas nós, como equipa grande e respeitável que somos, ocupamos-lhe a mesa por inteiro, ficando esta rodeada por estranhos.
Saio de casa pelas oito, depois um jantar rápido, a sós, a sós está também a rua por onde passo, salvo dois ou três transeuntes que levarão a mesma direção que eu.
Deito-me num qualquer areal / permitindo que a areia me bata / que o piso me manche a roupa.
Há um tipo muito específico de tristeza que é absolutamente viciante: infiltra-se nas frinchas das paredes, impregna o ar ambiente e ainda insatisfeita entra pelos pulmões adentro e dificulta a respiração.
Vivemos agarrados a premissas, a verdades fundamentais e pessoais que nos seguram nos momentos de maior aperto.
Não posso, não posso acreditar no que me dizes, não faz sentido, quer-me faltar o ar, tenho de sair desta sala o mais rapidamente possível.