Custa-te alguma coisa mandares-me mensagem antes de ir dormir?, Não tem nada a ver, isso!
Todas as noites em que me deitei abatido / sem tenção de cair seleto nos teus braços.
Reuniões, equipas, sugestões, projetos explanados e analisados, compromissos marcados e cancelados, desentendimentos por cansaço sem espaço.
Sei exatamente o que fazer / quando fazer, como fazer / Sei os momentos em que calar.
É hora de jantar, mas tu não vens / Deixas-te ficar no quarto, nessa / Vida condicionada pela teoria.
O que constitui a completa devoção ao outro / O que explica os condicionalismos que infliges.
É assim a vida, mais curta que comprida, porquanto o pouco tempo que temos nos é tomado por afazeres inócuos e inseguranças absurdas.
Está um céu fumado, sem se ver o horizonte / Um frio de cortar. Ninguém. Uma chuva miúda.
A minha paixão pelo comboio vem de pequeno. Com tanto como quatro ou cinco anos, os meus olhos brilhavam no museu da locomotiva ou no denso das linhagens de Campanhã.
Eu cumpro, tu cais, eu pairo / e tu pairas devagar e sorrateira / pelo ar, como que implorando.