A dualidade da experiência

Começo a acreditar, cada vez mais veementemente, que vivemos numa ilusão coletiva. Que o teu verde é diferente do meu, já o sei, porque vês castanho onde eu vejo preto, vês preto onde eu vejo azul, sentes todas as cores de forma diferente. O que me resta descobrir é se as tuas experiências são iguais às minhas, se as tuas casas têm sofás como as minhas, se concordamos no que diz respeito à existência e necessidade de assentos, se vives no mesmo tempo que eu, se és minha criação ou eu a tua, se sou consciente ou orquestrado, se és sonho ou alucinação, se quando os teus lábios encostam nos meus sentes o mesmo êxtase que eu, consideras morrer ali rendida à dualidade da experiência.