Se pudesses voltar, voltavas, Não é possível voltar ao passado com informações do presente, Tão-pouco é possível voltar ao passado, Certo.
Nesta sala encaixamos convenientemente na cama, de braços abertos. A recolha dos casacos correu bem, excetuando o facto de o meu colega da direita ter tirado o meu casaco.
As pessoas são egoístas, são complicadas, são desnecessárias, são inconsequentes. Propõem alargar o sofrimento às pequenas execuções do dia, e fazem-no de forma prepotente e comiserada.
No último ano tornei-me um robô programável, e dificilmente sei mais do que fazer, repetir, olhar, desviar, voltar a olhar e esquecer.
Se há que falar de prepotência / chamem-me de todas as formas / Eu disparo rente e focado / estilhaço o teu coração.
Caminhamos para um estado de alucinação pós-apocalíptico em que não mais sabemos olhar nem tocar. Há um filtro que turva a paisagem e desmagnetiza os corpos.
Viver presumindo que o mundo é fundado em bondade é potencialmente fatal. Sei eu disto nas horas livres em que atravesso as ruas e aceno aos motoristas.
É evidente que uma noite de céu limpo não é ocasião para celebrar a existência. Há por fim clarividência para aceitar a circunstância de que a felicidade é demasiado cara para durar tão pouco.
Escolhemos o verão para fazer uma pausa nas nossas vidas. Podíamos escolher o inverno e fruir o nevoeiro, o outono e olhar o cinzento do céu, a primavera e desfrutar da frescura multicolor.
Não reparei em nada, Como assim, vou passar outra vez, Nada, Não viste? É potente e farfalhudo descobrir um caso secreto de paixão, rodeado de pompa e finos baratos.