Esperei por ti / Esperei por ti louca e desalmadamente / Esperei por ti todos os dias do ano.
Ainda que plenamente convencido da coincidência do que está prestes a acontecer, este rapaz caminha nesta zona de coexistência com a batida cardíaca acelerada.
Quisesse o destino dar-nos uma outra base relacional, capaz de expandir além do eu e fletir os hábitos para além do que havíamos treinado.
Nesta noite de inverno clara, tão bonita, sento-me, só, lamentando os compromissos de amanhã, o sufoco de hoje ou o indiscernimento do passado.
Será sabido que conduzindo em excesso de velocidade se incorre em risco de capotamento em lombas e depressões fundas.
É certo que não importa o que fazemos, dizemos ou pensamos, pois o sentimento comanda a vida.
Em qualquer instância, independentemente do desgaste do momento, do saudosismo emergente, de uma resolução que teima em aparecer.
Coloquem-se-me à frente mil motivos / pelos quais não havia como continuar / Eu respondo com o conforto noturno.
Nesta terra onde não há nada, o almoço serve-se sem bebida e as portas estão trancadas.
É de noite mas não tanto como na semana passada. Ainda há autocarros decentes a esta hora, daqui a dez minutos.