Atelier noturno

Entre os espelhos desloca-se uma mulher prestes a dar com uma porta para o deserto. Uma vez no deserto, caminha ininterruptamente durante horas, mas não obstante não ter obtido ajuda regressa sã a casa.

Quando finalmente dormia - um feito que não deve ser descurado neste mundo pouco fundamentado -, eis que surge um burburinho irritante vindo da cozinha, que parece ser de um convívio de jovens conhecidos há meia dúzia de semanas. Riam alto, vertiam as bebidas no chão ora por falta de espaço ora por falta de reação, o que me deixou em fúria; quando os meus olhos pesados puderam atentar naquela invasão sem escrúpulos, pedi imediatamente que abandonassem a casa, pelo bem de todos os envolvidos. Não sendo acedido este pedido, recorro aos meus companheiros de casa a fim de repor a normalidade, mas recebo a notícia de que se encontram os dois a lecionar um atelier noturno em prol da inteligência na cidade.