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Bruno Mendes
Poetry
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    Piloto automático

    De pálpebras semicerradas, olhando em esforço a noite instalada entretanto, estou em piloto automático.

    Egocentrismo

    Poucas vezes saio de casa a tempo para qualquer tipo de compromisso. Podem acusar-me de desorganização e desmazelo, mas tem tudo a ver com a necessidade de cumprimento de uma inabalável rotina que não cabe no fino intervalo horário entre o toque do despertador e o início oficial de mais um aborrecido dia.

    Objetivos semanais

    Acordamos objetivos semanais, estou confiante de que agora vou apanhar o comboio para o sucesso.

    Chuva desesperada

    O dia está soalheiro / viva a primavera / fabulosos dias grandes / Eles discutem.

    Isto é coragem

    Na faculdade, quando o professor pedir um trabalho sobre coragem, vou entregar uma folha em branco apenas com o dizer Isto é coragem.

    Mediocridade

    Não obstante a natureza obscura do ser humano, muito do quotidiano quer-se apreciado ao longe.

    Livrete de defeitos

    Mentes brilhantes troçam o meu gosto pela bajulação, dizem que qualquer mulher que me queira deve pura e simplesmente elogiar-me ao desbarato.

    Garganta inflamada

    as vozes ecoam no andar de cima / em uníssono estridente / cutuco os ouvidos e calam-se.

    Falhas essenciais

    Atento, penso no que me faz sentir bem, quem sabe, ser feliz, fazer o que gosto sem definir objetivos em demasia ou remoer-me em preocupações e anseios.

    Espírito mecanizado

    O vento leva os romances nunca vividos, num sopro rápido que se faz sentir neste bungalow, pelas três da manhã.