My hands are stained with blood / Yours lay as far as they could / I sit alone with this disease / A terse desire to cease.
Disseram-me para comprar maçãs. Urge mudar de vida, dizem, e a melhor forma de o fazer é começar pelos pequenos passos do dia a dia, como comer decentemente.
Esta rapariga almoça sozinha, mas nós, como equipa grande e respeitável que somos, ocupamos-lhe a mesa por inteiro, ficando esta rodeada por estranhos.
Há um tipo muito específico de tristeza que é absolutamente viciante: infiltra-se nas frinchas das paredes, impregna o ar ambiente e ainda insatisfeita entra pelos pulmões adentro e dificulta a respiração.
Não posso, não posso acreditar no que me dizes, não faz sentido, quer-me faltar o ar, tenho de sair desta sala o mais rapidamente possível, porque não posso viver com esta história.
Há tempos escrevi um texto sobre a morte de uma pessoa, e como fiz com tantos outros textos ou deslumbres, maltratei-o, mas com pouco sucesso, porque ele habita na minha mente.
Amar-te foi entregar-te uma arma / apontada aos meus demónios / e implorar que disparasses / talvez até que me matasses.
Apareces-me em todo o lado / nas ruas, nos becos, nos sonhos / habitas nas pedras da calçada / e adensas o ar que respiro.
Hoje, o governo parece cair / Não sabes que roupa vestir / Bateste com o carro a vir / Não sabes p'ra onde ir.
Tenho uma agonia. A agonia de não poder voltar ao passado, congelar o tempo com as mãos, roubar-te três ou quatro beijos e guardá-los dentro da garrafa que bebo com afinco no meio desta praça.