O primeiro amor atinge-te de repente, faz-te apaixonar pela vida e converte o tempo em sensação, agarrada à estética do beijo e aos silêncios das conversas.
Apareces-me em todo o lado / nas ruas, nos becos, nos sonhos / habitas nas pedras da calçada.
Vejo-te apenas a tempos / Vejo a tempos o teu sorriso / o teu jeito, o paraíso / Iluminas-te apenas a tempos.
Hoje, o governo parece cair / Não sabes que roupa vestir / Bateste com o carro a vir.
De nada se pode queixar esta centopeia: com patas precisas e corpo ágil, desloca-se livremente pelo mundo dos esgotos sem compromisso ou responsabilidade.
Sem saber se acedo ou retrocedo, sento-me devagar no comboio ao lado de um homem de barba branca e fato azul.
Não há noite em que não sonho contigo / Sonho que entras pela porta na minha vida.
Imponente como o desejo, este palácio vê passar um casal com entusiasmo mas alguma apreensão.
Tu és o meu espelho / Onde me vejo claramente / Tu és o sonho que mantenho / Tudo que tenho em mente.
Tenho uma agonia. A agonia de não poder voltar ao passado, congelar o tempo com as mãos, roubar-te três ou quatro beijos e guardá-los dentro da garrafa que bebo com afinco no meio desta praça.