Esta rapariga almoça sozinha, mas nós, como equipa grande e respeitável que somos, ocupamos-lhe a mesa por inteiro, ficando esta rodeada por estranhos.
Saio de casa pelas oito, depois um jantar rápido, a sós, a sós está também a rua por onde passo, salvo dois ou três transeuntes que levarão a mesma direção que eu.
Deito-me num qualquer areal / permitindo que a areia me bata / que o piso me manche a roupa / que o sol me turve a visão.
Sem saber se acedo ou retrocedo, sento-me devagar no comboio ao lado de um homem de barba branca e fato azul.
É de noite mas não tanto como na semana passada. Ainda há autocarros decentes a esta hora, daqui a dez minutos.
Custa-te alguma coisa mandares-me mensagem antes de ir dormir?, Não tem nada a ver, isso!, Então para de falar com o Agostinho, assume a relação!
Viver presumindo que o mundo é fundado em bondade é potencialmente fatal. Sei eu disto nas horas livres em que atravesso as ruas e aceno aos motoristas.
De regresso a casa depois de um almoço solitário, posso esperar que te atires, ou simplesmente atirar-te.
O ar tenso, silencioso. O vidro embaciado, o fundo preto. Uma rapariga levanta-se e dirige-se para a porta.
E quando se apagar esta chama? Quando deixar de gozar desta aura sazonal, deste encanto versátil mas passageiro?