Três da manhã. Toda uma cidade concentrada aguardando a luz verde do semáforo. O chão trepidante, o suor quente escorrendo.
Sem nada fazer, aproxima-se a mais doce das personagens, senta-se porque estava o lugar vazio, ou porque o decidiu no momento.
Então, como estás / Melhor que nunca / Que escreves / Uma mensagem para a minha miúda / acreditas que ela nem se apresentou.
Lá estavas tu. Eu a cortar a curva, torto, apurando as razões do continuado nervosismo que se havia apoderado dos meus tecidos musculares, rogando pelo retorno da impavidez de que tanto me lamento.
promete-me que não te envolves / claro, e procede reclinando / a nuca debruçada no seu ombro / toca-lhe suave o pescoço.
Nunca me interessei por cinema fantástico, mas admito que gostaria de um tipo de filme específico, começando num senhor de casaco preto, deprimido.
Hoje fiz explodir um centro comercial. Eu e uns amigos. Forçamos a entrada com um disparo rápido e indolor contra o funcionário que vigiava a porta das traseiras e camuflamos o material explosivo.
As vantagens de ter uma rotina sólida são indubitáveis. Desde logo, a sensação continuada de realização sobrepõe-se a qualquer tipo de dilemas existenciais contraídos aquando da supressão dos motivos de agenda.
Um café, faz favor, melhor seria dizer, Uma dose de integração, se não for muito incómodo. A cara de perplexão dos envolvidos seria inevitável.
Poucas vezes saio de casa a tempo para qualquer tipo de compromisso. Podem acusar-me de desorganização e desmazelo, mas tem tudo a ver com a necessidade de cumprimento de uma inabalável rotina que não cabe no fino intervalo horário entre o toque do despertador e o início oficial de mais um aborrecido dia.