Não há nada de novo neste texto, tal como nada de novo houve neste dia. Os problemas de hoje são os mesmos de ontem, e a vida é uma luta inóspita e sem termo contra os próprios defeitos.
E no fim não há nada: quebrou-se a rotina, calaram-se os gaios e serviram-se bebidas geladas. Atormentado por um calor que corrói por dentro, resta persistir até que o frio regresse e com ele a previsibilidade e a clareza.
Está um céu fumado, sem se ver o horizonte / Um frio de cortar. Ninguém. Uma chuva miúda / Estão molhados os bancos, fechadas as farmácias.
Vou casar contigo. Levo-te para o coração da metrópole, ao final da tarde, chuva caindo, e ajoelho-me.
Passaste o tempo a tremer, Eu sou assim, talvez seja mais eficiente do que o ser humano comum, dissipando o nervosismo com um espasmo, focando o raciocínio naquilo que realmente importa.
Lá estavas tu. Eu a cortar a curva, torto, apurando as razões do continuado nervosismo que se havia apoderado dos meus tecidos musculares, rogando pelo retorno da impavidez de que tanto me lamento.
Por vezes, sinto algo diferente. Algo me atinge suavemente, irrompendo no meu corpo sob a forma de um agradável arrepio, contrariando a minha ideia de mim mesmo.