Ouro

Eram vistos regularmente na zona da praça, atalhando para o Ouro pela rua das rochas escarpadas que termina com uma visão fenomenal do elétrico. Já na foz, estiravam-se na calçada breves minutos, atravessavam o rio, caminhavam velozes até à ponte não obstante a armadura pesada que a rapariga ostentava no torso e a força que o rapaz tinha de fazer com a mão para a segurar em desequilíbrio.

Um dia, a rapariga apareceu com uma armadura mais forte, de ouro; confuso, o rapaz acedeu e agarrou com mais força a sua mão; frágil, desequilibraram-se e ainda antes que a rua terminasse e chegassem ao Ouro estava o ouro no chão. Não se feriram com gravidade, mas, havendo refletindo sobre isto, chegaram à conclusão de que seria conveniente que o rapaz adquirisse, também ele, uma armadura, para que logicamente se equilibrassem.