Como ele corre! Já lá vão quatro horas desde que começou a correr, pela cidade, nas vias destinadas aos veículos ligeiros, a uma velocidade apesar de tudo razoável, pelo menos para um homem. Acompanham-no seis agentes, em círculo, destacados pela unidade local para acompanhar esta criatura que tem sido avisada regularmente a correr pela cidade de um jeito perturbador tanto para o trânsito como para a sanidade dos observadores comuns que se deslocam pelos passeios ou a bordo de veículos. Não tem ninguém de lidar com isto. É um alívio, que doravante o homem-corredor seja acompanhado pela polícia, onde quer que vá. Corre ele pelas ruas, em direção à autoestrada, ele também faz autoestrada, de uma ponta a outra, e como o faz bem, e corremos nós noutras vias, de modo um pouco mais corrente, mas certamente com ambições semelhantes, essa de sentir um arrepiozinho de rotunda a rotunda, ficarmos alheios do mundo, tudo ser de novo extraordinariamente simples.