Não obstante a natureza obscura do ser humano, muito do quotidiano quer-se apreciado ao longe. Quando se atinge o sucesso, a culpa é do destino, é uma injustiça, dizem os personagens normais, aversos à viciação, fruidores de experiências diversificadas, que é o mesmo que dizer que fazem quanto baste, vivem uma vida tranquila, escapulindo-se de comentários negativos, de tarefas morosas e de agendas preenchidas. Alguns, mais intelectuais, defenderão que a felicidade advém do rebaixamento das expectativas e de uma abordagem passiva a qualquer situação. É um modo de pensar interessante, mas que vai resultar num emprego quanto baste, numa mulher quanto baste, numa vida quanto baste.
Assusta-me, a mediocridade. Quando olho o espelho, não raras vezes, pulo de medo.