O maior erro da humanidade nunca foi a cobiça ou a corrupção. Foi antes ser ignorante quanto ao próprio processo de tomada de decisões, sempre preso a fatores primitivos e incontroláveis. Se se chacinou meio mundo ao longo da história, certamente não teve a ver com maldade ou tirania. Teve tudo a ver com o medo da diferença, o medo da destituição do trono social, a forma mais eficiente de sobreviver, a ponte química que as hormonas percorrem a dada hora, num dado momento, naquela pessoa, naquele grupo quimicamente sincronizado, naquela nação vergada ao mais eficiente, ao mais inteligente.
Inteligência é isto. Inteligência é sobreviver. Desengane-se quem pensa que temos controlo. Cale-se quem diz que é possível fazer o bem. Que bem? Temos capacidade para distinguir o bem do mal? Não, só temos capacidade para sobreviver, e tudo o resto é uma construção, é um estado de alma desorientado, é um estado de alma ignorante.