No último ano tornei-me um robô programável, e dificilmente sei mais do que fazer, repetir, olhar, desviar, voltar a olhar e esquecer. Flutuo pela praça do infinito que já não é minha. Simulo um dia e as suas efémeras horas que me faziam ansiar pelas seguintes, com uma alegria contagiável que se suprimia no olhar. Simulo um dia que nunca foi, mas que quero ter sido, e aponto culpas ao mundo, que me fez pausar esta simulação e me atirou pelas escadas do sonho fora.