Derrubar muralhas

É extraordinário diferente louvável, interminável a forma como com as mesmas mãos com que tocaste na muralha do mundo e a derrubaste, aplanando a realidade, me envolves para a seguir me pilhares o pensamento, te instalares aqui como se houvesse espaço para ti; terás observado que tenho espaço no quarto, mas o quarto onde vivo está saturado, dispensa mudanças, mal basta para mim só. Julgas que podes desafiar as estruturas fundamentais da mente humana, apenas porque fizeste magia — não podes, não o farás, não o permitirei, tenho esta luta comigo mesmo que levarei de vencida, se me deres algum descanso; tu insistes em não o fazer, vais transmutando a cor dos dias, deixas-me completamente à deriva.