Copenhaga

Maldita a hora em que se inventaram recursos humanos, não os recursos humanos propriamente ditos, mas estes que gerem outros recursos humanos, em cuja representação vem esta senhora interromper-me o dia de trabalho por trás e colar na minha caderneta um selo que creio significar uma promoção. Não tinha ambição de ser promovido. Tenho problemas que me bastam, mas o trabalho não é um deles. Pelo menos, era esta a minha ideia até que me interromperam o almoço de forma desagradável, fui forçado a deixar o salmão a meio, lamentar o sucedido ao funcionário do restaurante e sair de rompante porque me disseram para estar na Cordoaria pelas três da tarde de onde partíriamos para o aeroporto com destino a Copenhaga.

Não percebi o que fomos fazer a Copenhaga. Chegamos não muito tarde mas não cedo o suficiente para fazer algo de relevante, pelo que nos limitamos a tirar umas fotos e saltar à corda em conjunto. Julgo que estivemos felizes. Ainda no mesmo dia, regressamos a Portugal, e não obstante as limitações tecnológicas da aviação ou as restrições de velocidade da A42, cheguei a casa a tempo de jantar. Fui recebido com olhos de orgulho e um extraordinário prato de salmão.