Carros, iates, jatos

Desde tenra idade, prega-se o culto do dinheiro como chave universal para a felicidade.

Eu quero ter dinheiro. Dinheiro para gastar em carros, iates, jatos e ilhas paradisíacas. Quando concretizar esses desejos, poderei gabar-me da minha queda para a fotografia e mostrar delicadamente que vivo bem. Torno-me popular, e arrecado umas admiradoras secretas pelo caminho. Caso e tenho filhos. Prego-lhes o culto do dinheiro, e o ciclo recomeça com uma semelhança que parece ultrapassar a aleatoriedade fundamental da metafísica. Uma autêntica máquina do tempo, com os papéis reversos.

Que bom será. Vou encher-me de dinheiro, de tal modo que esqueça a futilidade da minha existência primitiva e animalesca. Obrigado, notas.